A pandemia da COVID-19 expôs o Brasil a um novo desafio econômico e sanitário. Criou incerteza nas políticas no contexto macroeconômico, particularmente na situação fiscal e exige uma consolidação fiscal vigorosa e a implementação de mudanças estruturais.
O vírus COVID-19 expôs o Brasil a uma importante questão sanitária, econômica e social, o que levou a uma queda de 4,1% do PIB em 2020. Foi então uma recuperação em 2021. Um ressurgimento da demanda dos mercados doméstico e internacional, bem como um aumento nos preços das commodities, deverão impulsionar o PIB para 5,3% até 2021. Além disso, o aumento das taxas de vacinação ajuda na melhoria antecipada das taxas de crescimento. Entretanto, o caminho para uma recuperação completa no curto prazo continua desafiador devido às deficiências financeiras e estruturais existentes no Brasil e ao efeito das pressões econômicas inflacionárias.
O Brasil foi classificado como o segundo país mais bem classificado do mundo em relação à COVID-19 mortes per capita (somente após os EUA) e oito por pessoa. No final de setembro de 2021, o Brasil atingiu mais de 590.000 mortes confirmadas devido à COVID-19 mais de 21 milhões de casos (terceiro no mundo, um passo à frente dos EUA nos EUA e na Índia).
Os prejuízos brasileiros depois da pandemia
Embora as mortes e incidências sejam muito menores que as registradas em abril de 2021, o Brasil continua sendo o maior contribuinte para 16% das mortes relacionadas à COVID-19 registradas globalmente desde o pico em março de 2021. O mais recente e mais infeccioso tipo Delta está agora se espalhando pelo país, o que está aumentando a possibilidade de uma nova epidemia semelhante àquelas que foram observadas em março e maio de 2021, quando 20 dos 27 estados tinham mais de 90% de leitos de UTI ocupados e grave escassez de suprimentos médicos vitais como oxigênio, bem como sedativos.
O processo de vacinação tem se acelerado nos últimos tempos, com quase 70% da população recebendo sua primeira dose até o final de setembro, no entanto, apenas 40% da população está completamente livre de vacinação.
A propagação da pandemia e as conseqüentes restrições à atividade econômica levaram a um aumento da demanda tanto para produtos nacionais quanto internacionais e também retardaram o fornecimento. Isto criou incertezas no quadro macroeconômico, particularmente no espaço fiscal, que se traduzem em riscos negativos, exigindo assim uma forte consolidação fiscal e a implementação de reformas estruturais quando a propagação da doença estiver sob controle.
A epidemia da COVID-19 está ameaçando os anos de progresso realizados na redução da pobreza e do crescimento do capital humano. O Brasil é um dos países da LCR que tem experimentado o maior período de fechamento de escolas até o momento. A pandemia da COVID-19 está prevista para aumentar o nível de pobreza no aprendizado entre 48 e 70%, e terá um impacto desproporcional sobre aqueles que são pobres (o aprendizado remoto foi um benefício para apenas 50% dos estudantes em regiões menos desenvolvidas, em oposição a isso. 92 % nas regiões mais desenvolvidas dos Estados Unidos).
Isto significa que o impacto da COVID-19 COVID-19 provavelmente reverterá 10 anos de crescimento constante do Índice de Capital Humano (que havia aumentado de 0,52 até 0,58 entre 2007 e o ano de 2019), o que exige uma forte estratégia de aceleração corretiva.
Para garantir a segurança dos pobres e vulneráveis O Governo propôs um orçamento grande, rápido e específico, focado em gastos com saúde (testes e vacinas, bem como transferências para os municípios para melhorar a resposta do sistema de saúde e assistência em emergências urgentes), bem como ajuda ao setor social (a grande transferência de emergências sociais (Auxilio Emergencial) para 66 milhões de pessoas, além da expansão do programa Bolsa Família Transferência Condicional de Dinheiro (CCT). ), bem como o apoio às empresas para limitar os cortes. O custo total deste programa foi estimado em BRL 815,5 bilhões (US$156,8 bilhões) (ou 11,4 por cento do PIB para 2020).
O estímulo fiscal maciço diminuiu a contração econômica a partir de 2020 para 4,1%. Ele também proporcionou alívio rápido e generoso para o curto prazo, que ajudou a reduzir a pobreza em 19,6% no ano de 2019 e 12,8% até 2020 (a taxa de pobreza é calculada pelo limite de USdollar 5,5/dia (PPP)). Mas, a taxa de pobreza provavelmente aumentará para 15,7 por cento até 2021, independentemente do último ciclo de ajuda emergencial de emergência Emergencial, aprovado em abril de 2021, uma vez que os vulneráveis e pobres foram desproporcionalmente afetados adversamente pela pandemia COVID-19, e a recuperação econômica no mercado de trabalho tem sido lenta, e o desemprego permanece acima dos níveis anteriores à pandemia.
Encontrar o equilíbrio adequado entre a salvaguarda dos vulneráveis e a garantia de que as finanças públicas sejam sustentáveis, bem como as subnacionais, é uma questão importante para os formuladores de políticas em 2021.
Facilitar a transição para um modelo de crescimento mais limpo e resiliente é uma questão importante. O Brasil é o lar de mais de 60% da Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo. É também um dos principais contribuintes para as fontes de energia renováveis em seu mix energético, porém sua vulnerabilidade ao risco climático e ao desmatamento exige um programa agressivo de reformas para enfrentar estas questões.
Devido ao aumento das emissões do desmatamento, o Brasil não está no caminho certo para cumprir suas metas do CND (uma redução nas emissões de GEE em 37% até 2025, e 43% até 2030 em comparação ao ano 2005) e ainda não desenvolveu uma estratégia nacional integrada para atingir suas metas no campo da mudança climática. As recentes mudanças no setor de infraestrutura, juntamente com o entusiasmo renovado pelas questões ambientais, oferecem uma oportunidade para o renascimento verde do Brasil, bem como para tirar milhões de brasileiros da pobreza.